sábado, 21 de abril de 2012

22 de Setembro de 2002.  Fazia calor naquele Sabádo a noite.

Ombro com ombro enquanto um passava para o outro lado da sala em meio a tanta gente em uma festa lotada. 

Ela: - Opa! Des…culpa. Leonardo? 

Ele: - Não, não pode ser…Pri? É voce?

Ela tentou esconder a surpresa e o coração que não via aqueles olhos a tanto tempo…Começaram a conversar. Trocaram piadinhas, sorrisos, olhares. E entre vodka, tequilas e toda aquela bebida que nem se sabe o nome, eles já estavam rindo sentados em uma mesa sem quase ouvir a música tocar. Tudo de interessante estava alí. Não tinha nada no meio na pista pra eles. Eles eram os mesmo adolescentes, rindo como dois bobos. Ele parou. Ficou calado. E ela seguiu o ritmo. Criou força com ajuda de toda bebida que tinha tomado. e disse:

Ela: - Como foi? Como você se sentiu? - Não precisou explicar nada. Ele sabia do que ela estava falando. 
Ele: - Chorei feito uma criança que perdeu o colo da mãe. Eu procurava o equilíbrio. Pensei que só precisasse de um pouco mais de paixão sabe? Que todas aquelas noites de luzes piscantes e música alta fossem me fazer mais feliz do que quando nosso namoro ficava complicado demais. Eu tinha preguiça. Eu me sentia sufocado, e quando alguém me perguntava de você eu usava aquela desulpinha de quem não acha um motivo irreversível de: ‘não dava mais pra mim’.  Eu saia sexta e só voltava segunda de manhã pra trabalhar. Eu peguei a mãe, a filha, a prima, a tia e só não peguei a vó da vizinha, porque ela tinha hemorroida. Só me esqueci de lembrar que, você também podia estar fazendo isso. E achava que estava bem! Quando tinha gente ao meu lado, quando estava em lugares lotados. Fazia charminho pra meninas que ficavam dizendo: ”Você é um gato!” e jurava que viver disso era felicidade. Elas me mandavam mensagens o dia todo e se você perguntar se eu li alguma eu vou te dizer que não, até porque respondendo ou não, elas mandavam de novo no outro dia. Era fácil. E eu só percebi depois de muito tempo que eu havia perdido o paladar para as coisas boas e verdadeiras da vida. Tinha perdido o paladar pra mulheres como você. Que pra falar sério, só existia você. Até tinha umas que me instigavam. Tinha coxa mais dura. Conta mais recheada. Mas faltava um pouco mais de carinho, um sorriso, um olhar que me acolhesse, uma palavra que me acalmasse. Um abraço, um beijo, uma piada boba, mas não de gente boba. Daquelas que você fazia quando olhava pra mim e ria sem parar. Eu tinha mandado a melhor coisa que tinha na vida me esquecer. E o pior, você tinha obedecido. Eu precisava de alguém que não estava. Não queria mais estar, que não podia mais estar. Precisei de alguém que não existia. E não só você, eu precisava de mim. Eu que tentava ser aquilo que me transformava quando tava contigo. Aquele cara descolado, que conseguia falar coisas com sentido e não parecia um bobão perdido no mundo. Eu me cansava de procurar, perdia as esperanças. Tomava um porre, dizia nunca mais amar. Mas era incrível, pequena…Eu estava como queria. Mas era como se tudo fosse meio ”tanto faz”. Eu tentava encontrar você em outras pessoas. O seu jeitinho, as suas mânias de me irritar, o seu colo sempre preciso. Mas aí, eu não esquecia que depois de tanta coisa não encontrada, quem vai dormir contigo é a solidão, porque essa sim, não me largava. Era uma saudade incontrolável que ninguém preenchia. A vontade de te chamar de minha. De te levar pra minha casa, pra minha cama. A vontade de te mostrar que eu havia crescido e o mundo lá fora não apagou o que eu sentia por você. É…foi assim que me senti.

Ele: - Mas e você? Como se sentiu?

Ela: - Depois que você foi embora confesso que fiquei triste como sempre. Mas, pela primeira vez, triste por você. Fiquei me perguntando que outra mulher ouviria os maiores absurdos como eu, e, ainda assim, não deixaria de olhar pra você e ver um homem maravilhoso. Que outra mulher te veria além da sua casca? Imaginei você sozinho e desesperado pra que algum amigo reafirmasse que o seu dia fosse valer a pena, ou com alguma garotinha boba que ia namorar sua casca. E eu tive uma vontade de segurar seu rosto e ordenar que você seja esperto e jamais me perca e seja feliz. E entenda que tínhamos tudo o que duas pessoas precisam para ser feliz. A gente dava muitas risadas juntos. Sabíamos tudo um do outro e, apesar de sermos completamente diferentes a gente era exatamente igual. A gente tinha um dom de entrar no nosso casulo e esquecer que existia mais gente além de nós dois. Mas aí eu me lembrava de toda as coisas que você havia dito. Da forma que você tinha dito e me dava uma dor no peito. Como se eu nunca fosse conseguir esquecer tudo o que você destruiu. Mas aí quando eu via nossas fotos, lia nossas conversas…tudo aquilo era pó, me esquecia rapidinho. Confesso que me dava uma saudade irracional de você. E tinha vontade de voltar atrás, de te ligar, de te dizer mil coisas, e cair em suas mãos, sem me importar com nada, simplesmente lutar por voce. Mas não, renunciava, me controlava e dizia para mim mesma que não era assim, que não podia ser, que você se foi, e não voltaria. Sofri. Confesso que sofri. E uma hora até achei que tinha superado. Mas aí quando estava feliz me lembrava como queria contar aquilo pra voce, ficava triste de novo. Eu estava feliz até o momento em que depois de fingir estar bem um dia inteiro, rindo, com aquele brilho superficial…Era ridículo porque a cada fim de noite eu me sentia um lixo. Ficava pensando em quando eu te encontrasse com outra garota. Que te dizer? Que te amo? Que você é importante demais pra eu te abandonar? Que as vezes que disse: se cuida, queria dizer, me cuida? Que todos os dias eu me trocava sem tentar colocar a esperança de te encontrar. Era triste. Perda de tempo. Talvez um tempo preciso, mas perdido. Mas no final, eu percebi que você podia ser a pior pessoa do mundo, e o caso mais complicado, mas mesmo assim era melhor do que todo o resto. 

A festa já havia acabado, o pessoal todo já estava indo embora e só havia mais algumas pessoas junto deles dois. Ela se levantou:

Ela: Pois é…Bom eu, tenho que ir embo…

Ela: Eu te levo..

Ela: Não precisa, pequeno. Obrigada…

Na manhã seguinte. Sua cabeça latejava. Mas o que latejava mesmo era seu coração. Ela não tinha ressaca de todas aquelas tequilas. Ela tinha ressaca de amor. Aquele amor que ela ainda sentia, que ela voltou a sentir. O cheiro dele..A voz, as mãos. Parou na frente do espelho e não sabia se ria ou chorava. Estava feliz. Tinha o reencontrado! Mas e ele? O que ele estaria fazendo naquele exato momento? Será que ele esta namorando alguém? Será que ele está com outra pessoa? Feliz? Eram perguntas infinitas. Não sabia mais nada dele. Mas sabia de uma coisa…Ele era o mesmo. O mesmo por quem ela se apaixonou há anos atrás. E isso bastou. Criou coragem, agora sem precisar de álcool nenhum. Há única droga que a ajudava naquela decisão era o amor incontrolável que batia ali dizendo: corre atrás do que te faz feliz. Ela pegou seu celular e viu:

”Amanhã quando acordar não sei se vai se lembrar. Mas eu quero dizer que nunca esqueci. (11) 9876-0000.”

Era o número dele no verso. Pegou o celular e a vontade. Respirou fundo e:

Ela: Oi, não fala nada, só escuta. Sim, tenho plena consciência de que são 7:05 da manhã, ou melhor da madrugada pRa você porque sei que é domingo e você dorme até o meio-dia assim como eu…E eu que você odeia que te acordem. Sei também que você tá com o coração acelerado porque como sempre, o toque do seu celular é estridente. Mas olha, estou fazendo tudo isso por um bom motivo. Lembra da minha amiga, a Gabriela? Então, ela me apresentou um cara tão lindo, tão inteligente, alto, másculo, e que usa meias referente aos pares. Ele tem dois cachorros dóceis, e mora em um apartamento no centro de São Paulo que é ma-ra-vi-lho-so. Mas antes que você pense que eu liguei pra fazer ciúmes, eu liguei porque eu vim aqui pra sacada fumar, e comecei a chorar. Tava passando ”P.S: eu te amo” na tv por assinatura, e sabe, eu sei que você nunca prestou muito atenção nesse filme mas..Lembra de todas aqueles textos que eu escrevia quando estávamos juntos? Eles eram exatamente como o Gerry escrevia a Holly. Ele já esta morto e por isso as mandava. Mas eu era quase isso..Escrevia pra que mesmo viva, eu não morresse em ti. Tá vendo? Eu sou uma burra. Mas você, você também é. Burro por me deixar ir embora, burro por não lutar por mim. Te juro que só mais um pedido para que eu ficasse, eu ficava, e ficava pra sempre! Mas você, como sempre, disse que você já era grande demais pra decidir o que fazer da vida. Mas vida, que vida? Vida sem mim? Não existe! O cheiro desse cara que a Gabi me apresentou é de perfume importado, você sabe o quando sou tarada por perfumes. Mas eu largaria esse cheiro de Paris ou de banco de couro de carro novo, não importa, pelo seu cheiro de cebolas, após uma tentativa frustrada de um jantar romântico. Tô chorando mais ainda. Por que você não me pega no colo, diz a ele que sou sua, e me leva pra sua casinha. Já se passaram 6 anos, vi suas atualizações nas redes sociais. Vi você começando e terminando relacionamentos como quem começa e termina uma barra de chocolate. E eu não falei nada. Quer dizer, até agora, porque você é um idiota, sabe que me ama e não faz porcaria nenhuma. Mas enfim, além de estar fumando e chorando, eu também tô bebendo. Bebendo muito, mas nem assim esqueço. Você sabe o quanto me faz falta? Todos os poemas de Vinicius me lembram você, e os toques, os sorrisos, as piadas, são tão sem graça se não há você do meu lado, bagunçando meu cabelo e mordendo meu pescoço. Mas tá bom, tô falando demais, né? Você ainda tá aí? Tô falando tanto e nem reparei se a sua respiração tá no outro lado da linha…

Ele: - Tô respirando sim (risos).

Ela: - Que bom então. Desculpa te acordar, te dizer tudo isso, na verdade, eu só tô um pouco cansada, esquece o que eu disse, eu nem gosto mais de voc…

Ele: - Que horas te busco? Ela: - Agora. Ele:- Tô indo, te amo. Ela:- Vem logo, tá frio. Te amo. 


 Amanda Fran em, Destino.

22 de Setembro de 2002. Fazia calor naquele Sabádo a noite. Ombro com ombro enquanto um passava para o outro lado da sala em meio a tanta gente em uma festa lotada.
Ela: - Opa! Des…culpa. Leonardo?
Ele: - Não, não pode ser…Pri? É voce?
Ela tentou esconder a surpresa e o coração que não via aqueles olhos a tanto tempo…Começaram a conversar. Trocaram piadinhas, sorrisos, olhares. E entre vodka, tequilas e toda aquela bebida que nem se sabe o nome, eles já estavam rindo sentados em uma mesa sem quase ouvir a música tocar. Tudo de interessante estava alí. Não tinha nada no meio na pista pra eles. Eles eram os mesmo adolescentes, rindo como dois bobos. Ele parou. Ficou calado. E ela seguiu o ritmo. Criou força com ajuda de toda bebida que tinha tomado. e disse:Ela:- Como foi? Como você se sentiu? - Não precisou explicar nada. Ele sabia do que ela estava falando.Ele: - Chorei feito uma criança que perdeu o colo da mãe. Eu procurava o equilíbrio. Pensei que só precisasse de um pouco mais de paixão sabe? Que todas aquelas noites de luzes piscantes e música alta fossem me fazer mais feliz do que quando nosso namoro ficava complicado demais. Eu tinha preguiça. Eu me sentia sufocado, e quando alguém me perguntava de você eu usava aquela desulpinha de quem não acha um motivo irreversível de: ‘não dava mais pra mim’. Eu saia sexta e só voltava segunda de manhã pra trabalhar. Eu peguei a mãe, a filha, a prima, a tia e só não peguei a vó da vizinha, porque ela tinha hemorroida. Só me esqueci de lembrar que, você também podia estar fazendo isso. E achava que estava bem! Quando tinha gente ao meu lado, quando estava em lugares lotados. Fazia charminho pra meninas que ficavam dizendo: ”Você é um gato!” e jurava que viver disso era felicidade. Elas me mandavam mensagens o dia todo e se você perguntar se eu li alguma eu vou te dizer que não, até porque respondendo ou não, elas mandavam de novo no outro dia. Era fácil. E eu só percebi depois de muito tempo que eu havia perdido o paladar para as coisas boas e verdadeiras da vida. Tinha perdido o paladar pra mulheres como você. Que pra falar sério, só existia você. Até tinha umas que me instigavam. Tinha coxa mais dura. Conta mais recheada. Mas faltava um pouco mais de carinho, um sorriso, um olhar que me acolhesse, uma palavra que me acalmasse. Um abraço, um beijo, uma piada boba, mas não de gente boba. Daquelas que você fazia quando olhava pra mim e ria sem parar. Eu tinha mandado a melhor coisa que tinha na vida me esquecer. E o pior, você tinha obedecido. Eu precisava de alguém que não estava. Não queria mais estar, que não podia mais estar. Precisei de alguém que não existia. E não só você, eu precisava de mim. Eu que tentava ser aquilo que me transformava quando tava contigo. Aquele cara descolado, que conseguia falar coisas com sentido e não parecia um bobão perdido no mundo. Eu me cansava de procurar, perdia as esperanças. Tomava um porre, dizia nunca mais amar. Mas era incrível, pequena…Eu estava como queria. Mas era como se tudo fosse meio ”tanto faz”. Eu tentava encontrar você em outras pessoas. O seu jeitinho, as suas mânias de me irritar, o seu colo sempre preciso. Mas aí, eu não esquecia que depois de tanta coisa não encontrada, quem vai dormir contigo é a solidão, porque essa sim, não me largava. Era uma saudade incontrolável que ninguém preenchia. A vontade de te chamar de minha. De te levar pra minha casa, pra minha cama. A vontade de te mostrar que eu havia crescido e o mundo lá fora não apagou o que eu sentia por você. É…foi assim que me senti.
Ele: - Mas e você? Como se sentiu?
Ela: - Depois que você foi embora confesso que fiquei triste como sempre. Mas, pela primeira vez, triste por você. Fiquei me perguntando que outra mulher ouviria os maiores absurdos como eu, e, ainda assim, não deixaria de olhar pra você e ver um homem maravilhoso. Que outra mulher te veria além da sua casca? Imaginei você sozinho e desesperado pra que algum amigo reafirmasse que o seu dia fosse valer a pena, ou com alguma garotinha boba que ia namorar sua casca. E eu tive uma vontade de segurar seu rosto e ordenar que você seja esperto e jamais me perca e seja feliz. E entenda que tínhamos tudo o que duas pessoas precisam para ser feliz. A gente dava muitas risadas juntos. Sabíamos tudo um do outro e, apesar de sermos completamente diferentes a gente era exatamente igual. A gente tinha um dom de entrar no nosso casulo e esquecer que existia mais gente além de nós dois. Mas aí eu me lembrava de toda as coisas que você havia dito. Da forma que você tinha dito e me dava uma dor no peito. Como se eu nunca fosse conseguir esquecer tudo o que você destruiu. Mas aí quando eu via nossas fotos, lia nossas conversas…tudo aquilo era pó, me esquecia rapidinho. Confesso que me dava uma saudade irracional de você. E tinha vontade de voltar atrás, de te ligar, de te dizer mil coisas, e cair em suas mãos, sem me importar com nada, simplesmente lutar por voce. Mas não, renunciava, me controlava e dizia para mim mesma que não era assim, que não podia ser, que você se foi, e não voltaria. Sofri. Confesso que sofri. E uma hora até achei que tinha superado. Mas aí quando estava feliz me lembrava como queria contar aquilo pra voce, ficava triste de novo. Eu estava feliz até o momento em que depois de fingir estar bem um dia inteiro, rindo, com aquele brilho superficial…Era ridículo porque a cada fim de noite eu me sentia um lixo. Ficava pensando em quando eu te encontrasse com outra garota. Que te dizer? Que te amo? Que você é importante demais pra eu te abandonar? Que as vezes que disse: se cuida, queria dizer, me cuida? Que todos os dias eu me trocava sem tentar colocar a esperança de te encontrar. Era triste. Perda de tempo. Talvez um tempo preciso, mas perdido. Mas no final, eu percebi que você podia ser a pior pessoa do mundo, e o caso mais complicado, mas mesmo assim era melhor do que todo o resto. A festa já havia acabado, o pessoal todo já estava indo embora e só havia mais algumas pessoas junto deles dois. Ela se levantou:Ela: Pois é…Bom eu, tenho que ir embo…
Ela: Eu te levo.
.Ela: Não precisa, pequeno. Obrigada…
Na manhã seguinte. Sua cabeça latejava. Mas o que latejava mesmo era seu coração. Ela não tinha ressaca de todas aquelas tequilas. Ela tinha ressaca de amor. Aquele amor que ela ainda sentia, que ela voltou a sentir. O cheiro dele..A voz, as mãos. Parou na frente do espelho e não sabia se ria ou chorava. Estava feliz. Tinha o reencontrado! Mas e ele? O que ele estaria fazendo naquele exato momento? Será que ele esta namorando alguém? Será que ele está com outra pessoa? Feliz? Eram perguntas infinitas. Não sabia mais nada dele. Mas sabia de uma coisa…Ele era o mesmo. O mesmo por quem ela se apaixonou há anos atrás. E isso bastou. Criou coragem, agora sem precisar de álcool nenhum. Há única droga que a ajudava naquela decisão era o amor incontrolável que batia ali dizendo: corre atrás do que te faz feliz. Ela pegou seu celular e viu:”Amanhã quando acordar não sei se vai se lembrar. Mas eu quero dizer que nunca esqueci. (11) 9876-0000.”
Era o número dele no verso. Pegou o celular e a vontade. Respirou fundo e:Ela: Oi, não fala nada, só escuta. Sim, tenho plena consciência de que são 7:05 da manhã, ou melhor da madrugada pRa você porque sei que é domingo e você dorme até o meio-dia assim como eu…E eu que você odeia que te acordem. Sei também que você tá com o coração acelerado porque como sempre, o toque do seu celular é estridente. Mas olha, estou fazendo tudo isso por um bom motivo. Lembra da minha amiga, a Gabriela? Então, ela me apresentou um cara tão lindo, tão inteligente, alto, másculo, e que usa meias referente aos pares. Ele tem dois cachorros dóceis, e mora em um apartamento no centro de São Paulo que é ma-ra-vi-lho-so. Mas antes que você pense que eu liguei pra fazer ciúmes, eu liguei porque eu vim aqui pra sacada fumar, e comecei a chorar. Tava passando ”P.S: eu te amo” na tv por assinatura, e sabe, eu sei que você nunca prestou muito atenção nesse filme mas..Lembra de todas aqueles textos que eu escrevia quando estávamos juntos? Eles eram exatamente como o Gerry escrevia a Holly. Ele já esta morto e por isso as mandava. Mas eu era quase isso..Escrevia pra que mesmo viva, eu não morresse em ti. Tá vendo? Eu sou uma burra. Mas você, você também é. Burro por me deixar ir embora, burro por não lutar por mim. Te juro que só mais um pedido para que eu ficasse, eu ficava, e ficava pra sempre! Mas você, como sempre, disse que você já era grande demais pra decidir o que fazer da vida. Mas vida, que vida? Vida sem mim? Não existe! O cheiro desse cara que a Gabi me apresentou é de perfume importado, você sabe o quando sou tarada por perfumes. Mas eu largaria esse cheiro de Paris ou de banco de couro de carro novo, não importa, pelo seu cheiro de cebolas, após uma tentativa frustrada de um jantar romântico. Tô chorando mais ainda. Por que você não me pega no colo, diz a ele que sou sua, e me leva pra sua casinha. Já se passaram 6 anos, vi suas atualizações nas redes sociais. Vi você começando e terminando relacionamentos como quem começa e termina uma barra de chocolate. E eu não falei nada. Quer dizer, até agora, porque você é um idiota, sabe que me ama e não faz porcaria nenhuma. Mas enfim, além de estar fumando e chorando, eu também tô bebendo. Bebendo muito, mas nem assim esqueço. Você sabe o quanto me faz falta? Todos os poemas de Vinicius me lembram você, e os toques, os sorrisos, as piadas, são tão sem graça se não há você do meu lado, bagunçando meu cabelo e mordendo meu pescoço. Mas tá bom, tô falando demais, né? Você ainda tá aí? Tô falando tanto e nem reparei se a sua respiração tá no outro lado da linha…
Ele: - Tô respirando sim (risos).
Ela: - Que bom então. Desculpa te acordar, te dizer tudo isso, na verdade, eu só tô um pouco cansada, esquece o que eu disse, eu nem gosto mais de voc…
Ele: - Que horas te busco?
Ela: - Agora.
Ele:- Tô indo, te amo.
Ela:- Vem logo, tá frio. Te amo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário